Quem definiu que é bom ou rim?
Doeu ou causou dor?
Fomos repreendidos pelo feito?
…difícil não parar de refletir ou questionar esse bom ou rim tirado de contexto.
Fico pensando em todos os contextos. Ontem assisti o filme “O Auto da compadecida”. É incrível o quanto a habilidade de mentir, ludibriar, rir interpretando pode ser utilizada de diferentes formas. O João Grilo, personagem do filme me lembra claramente o famoso jeitinho brasileiro. Claro que no contexto para alguns isso pode ser interpretado de forma errada ou ruim, que a mentira nunca é boa, mas convenhamos é uma habilidade especial, olhar nas entrelinhas do que acontece e ver outras possibilidades que ninguém viu.
Aquela gaita que pode ressuscitar, aplicada a eliminar um bandido de forma tão brilhante, acabou salvando a vida do amigo, o que é um ato nobre, mesmo ele só tendo tocado a gaita, sem ter apertado gatilho algum.
Na situação ainda existiam outras perspectivas, a de quem morreu, a de quem atirou e a de quem se salvou. E todas elas são válidas para julgar um aprendizado bom ou ruim.
A pergunta me reflete no quando, e preciso ser preciso ao dizer que quando causo um desgosto ou desconforto em alguém é por que aprendi a fazer algo que não é bom, não que seja ruim, simplesmente não é bom pra essa pessoa que estive em contato. Quando recebo um Feedback de que não fui legal, é por que aprendi alguma forma de machucar o outro em algum momento, e utilizo dela sem perceber que isso não foi bom.
Percebo que talvez não exista o “0” ou “1” binário tradicional do julgamento que vivemos. Que talvez o ruim não exista, e que sim exista o bom e o não bom, só que entre bom e não bom tem uma infinidade de estágios a depender dos envolvidos, na medida certa e percepção certa.
Eu gostaria que fizessem isso comigo?
Talvez esta seja a pergunta que me apoia a perceber um aprendizado não bom, nesta infinidade de aprendizados disponíveis a cada minuto quando olhamos pra eles.
Como te relacionas com teus vizinhos?
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