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  • Foto do escritorRafael Urquhart

Que jogos você se deixa jogar?

Se deixar? Se permitir?

Fico reflexivo sobre a permissibilidade consciente e a proporcional inversa inconsciente.

Posso me deixar por escolha ou o mais comum por conivência/conveniência. Incrível como palavras tão próximas podem traduzir o deixar-se levar pelo comum, pela expectativa standard pelo aquilo que é interpretado como normal no ambiente que estamos.

Tenho percebido me permitindo jogar jogos que sei que não me fazem bem. Jogos que me levam a um lugar de falso saber, distante da sabedoria. Um lugar de respostas prontas, aparentemente obvias sem dar espaço para inteligência coletiva.

Incrível como caio fácil nesse jogo do líder herói.

Me aproximo como alguém que pode elucidar soluções, atacar problemas, avançar. A medida que a quantidade de problemas aumenta, ao invés de dividir, escutar e dar tempo, começo a uma caçada de problemas, acumulando-os ou despachando-os com a resposta mais rápida, ponto esse que me leva a arrogância do falso saber, do líder paizão que TEM QUE resolver o que precisa ser resolvido cuidando de todos. Já sei o final desse jogo, conheço bem o chicote batendo no próprio lombo, a cobrança exagerada, a frustração e fuga de si mesmo no autoreconhecer-se impostor ou incapaz.

Ontem me deparei com uma palavra que encontrei para me descrever de forma visual. O EQUALIZADOR.

Quando utilizo a imagem, descrevo como alguém que pode sentir, perceber os pequenos ajustes nas frequências existentes, para encontrar o melhor equilíbrio de funcionamento, um pouco mais disso, um pouco mais daquilo. Se muda o ambiente, muda o público e por obvio o contexto, mudam as possibilidades de equalização. Talvez o repertório seja a ferramenta que me permita sentir o maior número de níveis e possibilidades.

Equalizar os ambientes, situações, problemas, contextos e por que não a mim mesmo.

Jogar o jogo do equalizador, permite focar nos pequenos ajustes e não nas grandes transformações. As vezes o aperto de um parafuso resolve todo o chacoalhar de um sistema. Ou o suavizar um contato, ampliando a escuta, permita trazer a luz novas soluções impensadas anteriormente.

Estou consciente de que os jogos arrogantes me atrapalham, o jogo do achar que sabe, do achar que pode resolver, do achar que tem todas as soluções, do achar-se superior ao outro. Estou profundamente consciente que estes “achares” só complicam a vida, causam turbulência tomando tempo e energia.

Minha intenção é estar mais no lugar do aprendiz, da sugestão, dos pequenos ajustes. Não do lugar de expectador mas sim de protagonista, daquele que sincroniza as batidas de tambores com o vibrar do coletivo, da colaboração.

Escolho fazer mais movimentos coletivos a partir da minha individualidade. Oferecer e deixar vibrar.

O quão duros estamos?

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