Quem não tem aquela velha e boa listinha de tarefas pendentes, será que isso é planejamento ou tortura?
Cronogramas, próximos passos, pontos de atenção, situações que quero evitar, situações desejadas, recursos disponíveis, recursos necessários e por fim as imprevisibilidades.
Imprevisibilidades traduzidas em riscos ou oportunidades, situações que nem sabemos que podem acontecer, tudo junto, ao mesmo tempo e o tempo todo.
Vivo com algumas mascaras, a de diretor, a de consultor, a de facilitador, a de experimentador, a de pai, a de filho, a de marido, e tantas outras mascaras tão divertidas como a de palhaço.
Nesse caos de multiples faces o planejamento se torna ainda mais complexo, fica como que eu tivesse que atribuir nomes e cargos a cada Rafa.
Certa vez um amigo, companheiro de Estaleiro Liberdade, o Petrus, me contou uma forma que ele tocava um negócio dele. Tecnicamente era somente ele, mas ele fazia o financeiro, fazia o atendimento a clientes, o compras, o contas a pagar. De alguma forma ele criou personagens, e durante o dia, ele respondia por cada um deles. Se alguém ligava pra um assunto financeiro, ele atendia o telefone, mas naquele momento ele era o “Petrus Joaquim” que só trabalha com compras, o “Petrus Mario” do financeiro só retorna a tarde as 14h. E assim ele conduzia o dia, com times ajustados pra cada personagem, alinhados com cada tipo de atividade.
Segmentar, departamenlizar, criar caixinhas para cada atividade, cada papel ou cada personagem é uma forma de planejar, atribuir tarefas, responsabilidades, e quando serão executadas. Aprendi esse método também e funciona, só que a todo momento surge algo novo e torna-se quase impossível trabalhar ou planejar por departamentos.
Lembro de uma fala do Oswaldo Oliveira, dirigida a mim, quando contava a ele que meu tempo era escasso, que dividia meu dia, no Rafa da Dalba, no Rafa da Ecoopower, Rafa da Pulsar, e sobrava pouco tempo pro Rafa da SU. Ele simplificou que eu era só um Rafa, e que meu tempo era só 24h, que eu não precisava dividi-las, que era sempre eu, as 24horas do dia, e que podia ir escolhendo o que ia fazer a cada instante, sem mascaras, todas orientadas na mesma direção.
Como planejar uma situação destas? Será que o foco se vai? Talvez.
Vejamos algumas ferramentas.
1) Aprendi a escolher 3 coisas que quero fazer hoje, escolho 3, as outras deixo se apresentarem. Se fizer as 3, me dou por contente. (Gratidão Daniel Wildt.)
2) Minha caixa de email esta sempre limpa, se não resolvo, jogo o email pra um marcação de itens a tratar em algum momento. Resolvo só os urgentes.
3) Uso pouco a agenda do celular, mas quando não quero esquecer, deixo que ela me lembre, toda vez que não faço isso, falho em algum compromisso.
4) Dou mais tempo para pensar, e menos tempo para executar.
5) Crio a bandeja com 3 níveis:
1. Do urgente (Talvez seja urgente, deixemos decantar pra ver o que acontece)
2. Do talvez precise, (Não era urgente, talvez resolva)
3. E do faz tempo que ninguém me pergunta (Não era necessário mas alguém pode precisar)
Elas se intercalam, quando cai na 3, é questão de tempo de ser apagada ou esquecida, reviso hora ou outra. (Gratidão Roberto Giulblin)
6) O que quero fazer nessa semana, o que não quero.
7) O que aprendi hoje?
8) Listas com datas pra 6 meses, que visito a cada 6 meses
9) Listas de intenções
10) O que alguém depende de mim (não deixo ninguém na mão)
Estas 10 ferramentas, me apoiam no dia a dia, algumas já são incoscientes, outras tem alguns bugs, mas tem me ajudado a planejar o meu dia a dia de forma mais leve, mais consistente.
Tenho um segredo, o cuidar de mim como ferramenta, anda esquecido, e talvez tivesse de ser a tarefa ZERO, já que estando bem, consigo utilizar as outras 10 ferramentas de forma mais fácil.
Sim Rafa, e o planejamento a longo prazo? Bom, ele não é no dia a dia, fica na lista de intenções de longo prazo, as vezes olho pra elas e vejo se tem alguma ação que possa fazer agora.
Contei aqui como seria o andamento perfeito, conheço essas ferramentas, a executo todos os dias? Algumas, e as vezes me esqueço. Mas talvez o melhor seja me planejar para viver o tempo presente, o aqui e o agora.
Como planejo a longo prazo? O que planejei em 2013 para 2018?
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