Partes? Valores? Crenças? do que ando abrindo mão?
Não me recordo o que pensava quando escrevi a pergunta ontem, quando a leio agora ela me remete a trabalho, a valores que ando deixando de lado para contentar expectativas ou necessidades de outros. Demandas que surgem, novos problemas que precisam ser resolvidos, padrões que precisam ser respeitados ou simplesmente a mesmice de sempre que não quer ser alterada que preciso respeitar.
Ao focar em problemas, demandas, tarefas, próximos passos e planos, acabo esquecendo o que realmente importa, deixo de sentir e acabo somente agindo no automático, no fluxo, entro em jogos não divertidos, e como num passo de magica deixo de estar presente.
Quando me pergunto que partes? Entro em divisões, em formas, em situações A ou B, em escolhas entre uma parte ou outra. Se separo em partes dentro de mim que ficaram esquecidas, acabo me dividindo no Rafa que trabalha, no Rafa que curte estar em casa, no Rafa pai, no Rafa anfitrião, no Rafa empreendedor, e tantos outros, que hora estão mais presentes, horas menos presentes. Quando entro nos paradigmas que mencionei acima, e saio do meu estado de presença me divido, me ajusto automaticamente ao tido como “adequado” ao ambiente que estou, entro no auto-julgamento de o que os demais achariam que seria o adequado neste momento, sem me perguntar se estou sendo genuinamente eu mesmo.
Essa não presença, este estado de hipnose social em atender as demandas externas sem prestar atenção no que realmente importa, é o esquecimento de mim, se posso começo a me considerar único, inteiro, com uma parte só, ao deixar uma pequena parte de lado estou me deixando de lado, estou deixando de cuidar-me, deixando de me impor e simplesmente aceitando. Talvez aceitando o que não posso mudar, mas essa aceitação também reflete a acomodação, se não posso mudar, posso mudar de lugar, para que o meu eu não seja esquecido, e esteja presente na minha máxima potência.
Aceitar o que não posso mudar? Ou estrategicamente lutar pela mudança?
Comments