top of page

Como aplicar a prepotência sútil, a antítese da arrogância?

  • Foto do escritor: Rafael Urquhart
    Rafael Urquhart
  • há 4 dias
  • 4 min de leitura

Perguntas com como me levam para um lugar de forma.


Com que forma ou de que forma?


A forma informa. Escutei isso pelas palavras do Oswaldo Oliveira uma centena de vezes. E sem certeza das referências, me bateu forte que o como faço revela o que faço.


Quando a pergunta da prepotência sútil surgiu, era como se eu buscasse aceitar ou atenuar a "prepotência não sútil" que habita em mim, que é visceral, que faz parte da minha história, criação formação e se comunica pela rispidez que revelo. Rispidez que aparece pelo tom de voz truncado, pelo sotaque fronteiriço firme ou ainda pela testa franzida e séria.


Essa prepotência do perceber na frente, do achar que sabe, do controle a partir de experiencias passadas, da argumentação pesada, que dá sobrecarga aos canais das relações e limita o que pode surgir. Numa análise simplista binária, prepotência não é bom, causa mais problemas que soluções, muito embora essa firmeza gere ação, de resultados com prejuízos sociais.


Quando olho para a possibilidade de transmutar essa forma negativa, pescando os ruídos positivos que ela também carrega, dando espaço para que seja exposta de forma "sutil" que para minha surpresa é dito como "feito com arte". As vezes os significados profundos dos dicionários conectam.


A a Arte, expressão viceral cercada de contexto. Espaço para a criatividade humana. Afinal somos criadores.


Fico quebrando o texto, tentando trazer sentido primeiro pra mim, perdão para quem me le agora, no quando que for. Prepotencia suavizada pela arte. O palhaço talvez na sua simplicidade tosca e atrapalhada, que a partir da sua vulnerabilidade conecta fácil e cria permissao para que assuntos que nao sao falados possam ser explícitos.


Ontem fiquei com essa pitada de leitura, sera mesmo que minha sombra não esta me trazendo algo importante para olharmos juntos? Quais são os tabus, os assuntos, os temas, as percepções que ficam implicitas por medo de não serem faladas, pelo respeito e pelo cuidado de não achar apropriado serem trazidas a tona. Pelos riscos e problemas que podem causar se faladas.


Mas Rafa tu é aberto de mais, não precisa te expor tanto, te vulnerabilizar tanto, dizer a verdade tão na lata, e desssa forma tão forte que agride o outro e não da espaço para diálogo. Carrega uma violência emocional sem espaço campo/tempo para ser absorvida ou equacionada (que é dar forma para solução).


Será que sou, ou só me comporto assim agora, por não ter medo. Eu não ter medo não quer dizer que não crio o contexto para que oprima o outro.


Se o outro é reflexo do que habita em mim, como cuidar de mim, cuidando do outro?


Poderia ficar nessa pergunta como final do texto, mas sinto que não cheguei na tal "antítese da arrogância", que não consegui nomear, não achei uma palavra definitiva, humildade vem como primeira, mas segundo as ias e google, podia ser modéstia, simplicidade, e singeleza. Gosto dessa última, um pouco misturada com sutil.


Nas trocas profundas que já tive o que melhor descreveu até hoje essa antítese foi o termo cunhado pela Darlene Coelho "Arrogância avançada", dizer o que precisa ser dito, de uma forma que não viole ou agrida a segurança do outro.


Voltando ao como, é como se ao dizer algo que irá gerar conflito e reflexão ou riscos emocionais, precisássemos preparar o campo, criar espaço, dar tempo, entregar aos poucos, segurar a vontade de esvaziar o pensamento e ir escrevendo sintetizando, escolhendo outras formas estratégicas para dizer o que precisa ser dito.


Li 3 vezes o último paragrafo e fiquei cansado só no fato de pensar, "que trabalheira" para dizer o que precisa ser dito. Avisar antes, pedir desculpas antecipadas, perguntar a melhor forma, integrar ou esperar o espaço necessário exato para provocar reflexão de mudança.


É. Parece que tem um limite do que é possível. Prever, atenuar, cuidar, criar contexto, esperar o momento certo, dar limites e criar limites de respeito, cuidado e paciencia, tudo isso junto no expor um conflito quando não temos uma cultura social que lida bem com o conflito dialogado, mas sim com o conflito como algo bélico e armado na disputa.


Num mundo competitivo, conflitar é sinonimo de competir. Será. Como seria o conflito descrito pelo Colaborar, olharmos juntos para nossas fraquezas, limites, dores, fragilidades e saber pedir ajuda para aquilo que não conseguimos cuidar ou lidar. Interessante que quando criamos limites, acordamos bordas, definimos tempo disponivel, checkamos limites pessoais e criamos estratégias de paralização das ações caso a aspereza suba, ou o tom se eleve, aparentemente fica mais fácil.


Das limites...Criar limites...Estabelecer um contenedor de segurança...


Talvez só assim, a singeleza, a sutileza, o real cuidado humano tenha espaço e força para falarmos as coisas implícitas que incomodam e travam processos de transformações ou de mudanças necessárias naquilo que fazemos.


Sou um humano dando o meu melhor, vivendo a experiência das relações no seu limite, incorrendo o risco de ser mal interpretado na maioria das vezes pela minha aspereza. Se luto ou brigo é por que me importo demais pelo resultado e pelos desafios que adentramos juntos.


Estou na prática do não precisar mais lutar, a guerra acabou, não é mais tempo de convencer e competir, mas sim de colaborar e estar presente.


Se feri, perdão, se errei, foi tentando acertar. Se deixei rastros de destruição, que tenhamos tempo de reconstruir e fazer as pazes. Não existe ação perfeita, os efeitos colaterais podem ser reduzidos, mas nem sempre eliminados.


A pergunta que fica é, se crio e permito tudo que acontece comigo. Se o que eu criei é o que eu vou ter, sejam as invenções positivas, como os atritos relacionais negativos.


Como dar limites e significancia na direção da colaboração?






 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
Qual o custo da instabilidade?

Desgaste, atraso, impermanência, distanciamento, insegurança e por que não paralisia. São os custos da minha instabilidade e do meu...

 
 
 
Tem compartilhado teus sonhos?

Confesso que tenho duvidas da resposta. A primeira reação foi escrever que não. Não tenho compartilhado na forma que eu gostaria, talvez...

 
 
 

Komentari


bottom of page